terça-feira, 29 de março de 2011

Opium

Preso dentro de mim
Sem saber aonde ir ou o que pensar
Minha própria mente é meu algoz
Não há pra onde fugir

Traga-me mais ópio...

Embriago – me em teus beijos,
Excito-me em teus braços
Gozo em suas pernas,
No mais,

Traga-me mais ópio...

A saudade escorre pelos olhos
Dor escorre da caneta para o papel
Destruo - me, crio realidades
Sinto minha alma se libertar

Traga-me mais ópio...

As palavras me fazem bem,
Vejo o que quer me mostrar.
Escuto suas doces mentiras
Nelas, eu transbordo.

Traga-me mais ópio...

Vivo como é para viver,
Acredito no que é para crer.
Nego o que não posso entender
Durmo em seus seios,

Traga-me mais ópio...

Sinto o que quero sentir.
Escuto o que quero escutar.
Vejo o que quero ver.
Existo, assim eu existo.

Um pouco de ópio pros olhos verem
O que o coração não iria aguentar
Já não importa se meu corpo está destruído
Contando que eu não sinta mais dor

Traga-me mais ópio...

A segunda mãe chama meu nome em vão
Já não importa agora
Pra quem experimentou o inferno fora de hora
Só quero mais um bocado de ópio,

Só, não acorde- me,
Só, não me deixe só,
Por favor,
Deleite-me.

Só, traga-me mais ópio.





(Adriano Andrade ; Augusto Alves)

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