quinta-feira, 31 de março de 2011
Ziggy Stardust - David Bowie
Flecha
Retesei meu arco,
terça-feira, 29 de março de 2011
José Alencar
Opium
Sem saber aonde ir ou o que pensar
Minha própria mente é meu algoz
Não há pra onde fugir
Traga-me mais ópio...
Embriago – me em teus beijos,
Excito-me em teus braços
Gozo em suas pernas,
No mais,
Traga-me mais ópio...
A saudade escorre pelos olhos
Dor escorre da caneta para o papel
Destruo - me, crio realidades
Sinto minha alma se libertar
Traga-me mais ópio...
As palavras me fazem bem,
Vejo o que quer me mostrar.
Escuto suas doces mentiras
Nelas, eu transbordo.
Traga-me mais ópio...
Vivo como é para viver,
Acredito no que é para crer.
Nego o que não posso entender
Durmo em seus seios,
Traga-me mais ópio...
Sinto o que quero sentir.
Escuto o que quero escutar.
Vejo o que quero ver.
Existo, assim eu existo.
Um pouco de ópio pros olhos verem
O que o coração não iria aguentar
Já não importa se meu corpo está destruído
Contando que eu não sinta mais dor
Traga-me mais ópio...
A segunda mãe chama meu nome em vão
Já não importa agora
Pra quem experimentou o inferno fora de hora
Só quero mais um bocado de ópio,
Só, não acorde- me,
Só, não me deixe só,
Por favor,
Deleite-me.
Só, traga-me mais ópio.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Trilhas Sonoras marcantes
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)
Yann Tiersen - La Valse d'Amelie
Fonte da Vida (2006)
Clint Massel - The Last Man
Gattaca (1997)
Michael Nyman - The departure
Bastardos Inglórios (2009)
Ennio Morricone - Un Amico
Era Uma Vez na América (1984)
Ennio Morricone - Deborah's Theme
Poderoso Chefão 2 (1974)
Nino Rota - Michael Comes Home
Touro Indomável (1980)
Pietro Mascagni's Cavalleria Rusticana - Intermezzo
Pulp Fiction (1994)
The Brothers Johnson (Strawberry Letter # 23)
Oldboy (2003)
For whom the bells tolls
Clube da Luta (1999)
Pixies - Where is my mind?
Adeus, Lênin! (2003)
Yann Tiersen - Summer 78
sábado, 26 de março de 2011
"A peça"
Um, dois três...
Espere só mais um pouco,
Um, dois, três e...
Calma, acho que não é assim
Quem dera se fosse ensaiado,
Se pudéssemos treinar antes
Mas, não podemos
Ela é definitiva
Os erros são inevitáveis,
Os acertos, bem, estes,
Nos evitam às vezes
A primeira vez,
A ultima chance.
Tudo tão próximo,
Tão distante,
Ela é a vida.
Simples assim...
sexta-feira, 25 de março de 2011
Led Zeppelin como trilha sonora de "Mundo Surreal" (Sucker Punck)
sábado, 19 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
No Corredor
Decido parar de tentar adormecer. Não faz mais sentido sonhar, tenho poucas horas antes do “show”, preciso aproveitá-las acordado. Fico observando o teto, o mesmo maldito teto com que dei as caras assim que acordava nos últimos anos. É a última vez que o observo assim. Estou me despedindo deste lugar, deste mundo, indo para a glória, a transcendência.
Finalmente a manhã chega, sei disso pelo rapaz uniformizado que passa em frente ao meu quarto apressadamente. Sendo assim, em pouco tempo o café é servido: mingau de aveia, pastoso e doce, não é dos meus preferidos, mas me acostumei ao sabor.
O rapaz aparece novamente trazendo uma visita, um homem com uma batina e bíblia na mão, um padre, presumo. Não entendo o que um destes quer ao me visitar, enfim, ele entra no quarto de forma cautelosa e senta-se na beirada de minha cama respeitosamente.
E começa o seu discurso sobre Deus, céu, inferno, sentido da vida, perdão e Cristo. Depois de um monólogo interminável pergunta-me se quero me livrar da culpa, dos pecados.
Não o entendo, nunca fui pecador, nunca fui culpado de nada, sou um dos seres mais puros que já pisaram neste planeta, talvez a única culpa que tenha seja de ser um eterno lutador, um artista, alguém predestinado ao sucesso.
Tento explicar isto ao camarada. Ele não entende e insiste em seu argumento. Digo que está muito enganado, que estava naquele lugar não por ser um condenado ou por ter cometido algum crime, e sim para me preparar para o espetáculo final, para a minha obra-prima essencial.
Um abatimento cai sobre o rosto do homem. Ele se levanta, balança a cabeça tristemente e vai embora com as suas fábulas sobre o céu e o inferno.
Estimo que se passem mais algumas horas. O nervosismo cresce dentro de minha alma, o coração parece que vai explodir. Será que estarei pronto? Será que irei satisfazer o público? A incerteza é angustiante.
O almoço chega, mas não qualquer almoço, esse é especial, eu o escolhi, deram-me esse pequeno prazer. Feijões vermelhos, ovos, amendoins e suco de abóbora. Tudo na proporção exata. Engulo com voracidade, com o apetite de um rei. Sou o mais sortudo do mundo neste momento.
Mastigando, uma reflexão vem a minha mente: depois de hoje, dentro de alguns minutos, suponho, não precisarei de refeição alguma, nunca mais, então por que ingiro esta? Alimentos servem para dar energia, para sobreviver, para dar continuidade a vida, e minha vida, bem... Confesso, esse pensamento infeliz tirou um pouco de meu apetite.
Após o almoço, dois uniformizados aparecem, abrem as portas de meu quarto, e pegam-me pelos braços (ainda bem, não sei se iria conseguir ficar de pé sozinho) e sou levado.
Enquanto sou arrastado ao destino final, passo a passo pelo corredor cinza escuro, tento relembrar o que me levou até aqui, lembranças vagas e imprecisas passam pela cabeça, não consigo conectá-las com o agora. Não importa, não é necessária explicação, talvez eu simplesmente sempre estivesse aqui, caminhando pelo corredor cinza escuro lustrado.
Chego ao palco, olho com relutância A cadeira, onde farei a performance. O público sentado ao fundo dirige olhares frios como pedra a mim. Os uniformizados colocam-me no lugar devido.
O procedimento é iniciado. Sou amarrado, esponja molhada é colocada sobre minha cabeça, assim como um tipo de capacete, gotas d’água escorrem sob meu rosto. Sinto-me tenso.
Um dos uniformizados começa a falar em voz alta, cita um nome várias vezes, de alguém que certamente não conheço, um sujeito que cometeu vários crimes hediondos e outras besteiras que não tinham nada a ver comigo. Deve ser algum faz de conta, parte do teatro.
Perguntam-me se tenho últimas palavras, não, não as tenho, tudo o que faço é sorrir de forma nervosa. Mostrarei o que realmente sou, o importante, no espetáculo a seguir.
“Que Deus tenha piedade de sua alma”, diz um homem. A platéia me olha de forma raivosa, sedenta por um pedaço de mim. Bem, logo terão isso. Fico feliz.
Uma alavanca é acionada. Corrente de excitação pelo corpo. O show começa.
...
καθρέπτης
quinta-feira, 17 de março de 2011
Erros
Meus erros acertam-me,
Em cheio.
Riem na minha cara,
Se pudesse mandaria os embora, sem receio.
Para um lugar distante,
Que não fosse tão distante assim.
Pois assim mesmo, queria vê-los,
Para que não se escondessem de mim.
Não queria tê-los?
Perde-los por completo?
Não queria tanto assim.
Aliás, o que eles querem de mim?
"Gorjeio de aves"
quarta-feira, 16 de março de 2011
Quaresma (2)
E veio a palavra do SENHOR segunda vez a Jonas, dizendo:
Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que eu te digo.
E levantou-se Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do SENHOR. Ora, Nínive era uma cidade muito grande, de três dias de caminho.
E começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.
E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor.
Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; e ele levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza.
E fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê alimentos, nem bebam água;
Mas os homens e os animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortemente a Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos.
Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.
(Jonas 3)
Não quero ser moralista, nem fazer pregação nenhuma, mas àqueles que acreditam no tempo da Quaresma, só venho "advertir" (e lembrar a mim mesmo, inclusive) que de nada adianta se fazerem jejuns e continuar no "mau caminho".
"Mau caminho" não quer dizer não ir a igreja, seja ela qual for, mas sim: desrespeitar a dignidade das pessoas, ser egoísta, vaidoso, arrogante, soberbo (e outras coisas "boas") ao extremo.
terça-feira, 15 de março de 2011
olutìt [2]
AINDA
com o tempo ela cultivou e cuidou da Terra
fez dela seu lar
tomou seu espaço E seus nutrientes
plantou rosas por onde andava
graças Ao seu trabalho
colheu as Mais belas flores já vistas
quando obteve todas as rosas que queria, se mudou
deixou para trás somente os espinhos
a terra descuidada, abandonou seu lar
e foi espalhar as pétalas em outros campos...
...e nem sequer Olhou pra trás.
domingo, 13 de março de 2011
O mundo é minha Representação!!!!!!
Schopenhauer em sua obra “O Mundo como Vontade e Representação “(1819) estabeleceu os conceitos de Vontade e Representação; a Vontade seria o fato de que o homem ao tomar consciência de si ele se experiência a ser movido pelas paixões, desejos e aspirações.
Já a Representação seria obtida através de dois pólos, o objeto, constituído a partir do tempo e espaço, a outra, seria a consciência subjetiva acerca do mundo, sem a qual o mesmo não existiria.
Como o homem tende a sempre desejar, o desejo o lança a um ciclo de aspirações sem fim, desta forma a vida do homem caminha para o sofrimento. Com isso a supressão da dor torna-se então momentânea, pelo fato de sempre desejar algo, o que gera assim uma ausência momentânea de infelicidade, a partir desta supressão, deseja-se novamente, o que gera dor, esta dor seria a única e verdadeira realidade.
Partindo deste pressuposto, faça o que desejar, torne todo o momento que vive em sua vida na eterna confirmação e chancela de que a vida realmente tenha um sentido e que esse mundo é o melhor dos mundos possíveis (apesar do Fiuk, Restart, corrupção, doença, etc.), nós fazemos nosso mundo!!!!
“O mundo é minha Representação” – Arthur Schopenhauer
sábado, 12 de março de 2011
Diferente, mas igual
Quaresma
Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.
Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos, como um povo que pratica justiça, e não deixa o direito do seu Deus; perguntam-me pelos direitos da justiça, e têm prazer em se chegarem a Deus,
Dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais achais o vosso próprio contentamento, e requereis todo o vosso trabalho.
Eis que para contendas e debates jejuais, e para ferirdes com punho iníquo; não jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto.
Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao SENHOR?
Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?
Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda.
Então clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniqüamente;
E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.
E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam.
E os que de ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar.
(Isaías 58, 1 - 12)
quinta-feira, 10 de março de 2011
Stanley Kubrick
Em 7 de Março de 1999 falecia um dos maiores cineastas da história, Stanley Kubrick. Aos 70 anos de idade e aparentando boa saúde, Kubrick sofre um ataque cardíaco enquanto estava na Inglaterra, nesse período ainda estava trabalhando conclusão de seu último filme, De Olhos Bem Fechados.
Kubrick sempre esteve à frente se deu tempo. Seus filmes no geral eram recebidos com apatia pela crítica da época, entretanto, todos se tornariam clássicos consagrados pelos mesmos.
Como um grande apreciador de literatura, música e fotografia, Kubrick transmitiu estes elementos para suas obras. Todos os seus filmes foram adaptados de romances literários, tiveram um grande apelo sonoro e fotografia extremamente trabalhada.
Cineasta notável, praticamente produziu somente clássicos. A história não permite que eu minta, seu legado compreende nada menos que:
1953 - FEAR AND DESIRE
1955 - A MORTE PASSOU POR PERTO
1956 - O GRANDE GOLPE
1957 - GLÓRIA FEITA DE SANGUE
1960 - SPARTACUS
1962 - LOLITA
1964 - DR. FANTÁSTICO
1968 - 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO
1971 - LARANJA MECÂNICA
1975 - BARRY LYNDON
1980 - O ILUMINADO
1987 - NASCIDO PARA MATAR
1999 - DE OLHOS BEM FECHADOS
Devido seu perfeccionismo Kubrick dirigiu apenas 13 filmes em toda sua carreira. O necessário para mudar o curso da história do cinema. Seus filmes mostravam a realidade como ela é, e uma técnica que impressionava a todos. Kubrick nunca recebeu um Oscar como melhor diretor (o que mostra o descrédito desta premiação) assim como outros dois gênios do cinema: Alfred Hitchcock e Charlie Chaplin.
Fica ai uma pequena e simplória no MacumbaViking á um pessoa que realmente tratava a arte como ela deve ser tratada.
"Larânja Mecânica não é um filme violento, Tom & Jerry é violento. Tom & Jerry mostra a violência como algo engraçado, o que não é, já Larânja Mecânica mostra a violência como ela relamente é, cruel." - Stanley Kubrick