domingo, 5 de dezembro de 2010

A Entrevista

Enquanto aguardava em uma sala de espera para uma entrevista de emprego, percebeu uma moça bem afeiçoada com um lindo sorriso que o perscrutava. Como esse tipo de ocasião o deixava nervoso quis corresponder ao teu sorriso com um cumprimento, mas não o pode, então contentou-se em retornar um sorriso.

- Já está esperando há muito tempo, com um sorriso jovial, perguntou a moça.

- Há cerca de cinco minutos, respondeu.

- É ruim quando eles se atrasam, não é?

- Eu quem digo, a cada minuto fico mais nervoso, respondeu o rapaz, surpreendido com a extrema e convincente simpatia da jovem moça.

Iniciaram assim um interessante diálogo, as perguntas e as respostas eram diretas, na maioria das vezes óbvias, todavia isso não tirava o brilho do assunto. No decorrer do diálogo pensava ele “ Tenho que pegar algum tipo de contato com ela, Mas como? Será que ela vai achar estranho? Penso que seja melhor esperar mais um pouco” Concluiu o rapaz após um breve, mas intenso conflito consigo mesmo.

Tempo, tempo, tempo. Depois de decorrido cerca de trinta minutos (acreditem, este é o tempo médio de espera em uma entrevista de emprego) seguiram conversando. A jovem se mostrava alegre e entusiasmada com a oportunidade de emprego, ele não menos, apesar de que o motivo de seu entusiasmo era outro, a autoconfiança já estava o envenenando em suas palavras. Entrou uma moça extremamente bem vestida.

-O pessoal que irá participar do processo seletivo, acompanhem-me por gentileza.

Levou-os para uma sala de reunião e falou para todos sobre a referida vaga. A partir deste momento a ocasião não permitia mais que os dois se falassem. Com o decorrer do processo, deu-se um momento em que seguia individualmente para uma outra sala, tratava-se da etapa final do processo.

Ao chamarem pela jovem ele se deu conta que as chances que tinha se esvaíram por completo. Afinal ele não tinha nada que faria com que eles se falassem novamente, só então percebeu que o momento apropriado tinha passado e que a possibilidade de se verem novamente se tornara ínfima.

-Até onde irei com o meu perfeccionismo? Balbuciou em voz sussurrante, imperceptível para as pessoas que estavam ao seu redor. Pensou em ocasiões semelhantes, de como via as situações formarem-se em sua cabeça e de como elas iam embora sem qualquer motivo, junto com a confiança em si mesmo. Situações que se tornavam impossíveis sem qualquer razão, da mesma forma que uma gota se movimenta em água corrente, movimentavam-se seus pensamentos. Após alguns longos segundos em seu inferno pessoal, levantou a cabeça e voltou a pensar no que realmente o levou até o lugar onde ele se encontrava no momento, no trabalho.

(Adriano Andrade)

Um comentário:

  1. Parabéns pelo blog..

    Abraço,
    P.A.
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