sábado, 31 de dezembro de 2011

John Lennon - Nobody Told Me




Todo o mundo está falando e ninguém diz uma palavra
Todo o mundo está fazendo amor e ninguém realmente se preocupa
Há Nazistas no banheiro debaixo dos degraus
Sempre há algo acontecendo e nada acontece
Sempre há algo cozinhando e nada na panela
Eles estão famintos lá na China então termine o que você tem
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Dias realmente estranhos--dias realmente estranhos

Todos estão correndo e ninguém faz um movimento

Todos são vencedores e não há mais nada para perder
Há um pequeno ídolo amarelo ao norte de Katmandu
Todos estão voando e ninguém deixa o chão
Todos estão chorando e ninguém faz um som
Há um lugar para nós nos filmes você só precisa se deitar por aí

Ninguém me falou que haveria dias como estes

Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Dias realmente estranhos--mais estranho, mamãe

Todos estão fumando e ninguém está se sentindo no céu

Todos estão voando e nunca tocam o céu
Há um ÓVNI em cima de Nova Iorque e não estou muito surpreendido

Ninguém me falou que haveria dias como estes

Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Dias realmente estranhos--mais estranho, mamãe

O Verbo, A Luz, O Filho


No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas. A luz brilha na escuridão, e a escuridão não conseguiu apagá-la.

Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas.

A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles.

A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai.

João disse o seguinte a respeito de Jesus:
- Este é aquele de quem eu disse: "Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia."
Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos. A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus.

(Jo 1, 1-18)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O Alienista

Conto de Machado de Assis.

Algumas passagens interessantes:

"Deus engendrou o ovo, o ovo engendrou a espada, a espada engendrou Davi, Davi engendrou a púrpura, a púrpura engendrou o duque, o duque engendrou o marquês, o marquês engendrou o conde, que sou eu".

"E partiu a comitiva. Crispim Soares, ao tornar a casa, trazia os olhos entre as duas orelhas da besta ruana em que vinha montado; Simão Bacamarte alongava os seus pelo horizonte adiante, deixando ao cavalo a responsabilidade do regresso. Imagem vivaz do gênio e do vulgo! Um fita o presente, com todas as suas lágrimas e saudades, outro devassa o futuro com todas as suas auroras".

"A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente".

"Eis em que consistia este segundo uso (o de matraca). Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mão.

De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, -- um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano, etc".

(Fecha/Cala a matraca!?)

"Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia".

"Devia-se admitir como normal e exemplar o desequilíbrio das faculdades (mentais) e como hipóteses patológicas todos os casos em que aquele equilíbrio fosse ininterrupto".

De maneira alguma o conto se resume a isso.

Escolhemos momentos para ouvir certas músicas
E as interpretamos conforme nosso momento.

Com leituras se passa algo semelhante.
Conforme o momento que vivemos
Damos maior importância a determinadas passagens
E as interpretamos conforme nosso momento...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Matraca


Feche a Matraca!!!
Cale a Matraca!!!

Expressão utilizada, de maneira rude/grossa ou bem-humorada para que alguém pare de falar, cale-se ou "cale a boca".

Matraca pode ser um instrumento para trabalhos agrícolas ou
Matraca também pode ser um instrumento que emite sons.

"Feche a Matraca!!!" está relacionada ao instrumento que emite sons.

Antigamente, antes de se inventarem os carros de som, para se anunciar algo importante, alguma oferta, por exemplo, pagava-se pessoas para andarem pelas ruas e vilas, fazendo barulho com suas matracas, para chamarem a atenção, para poderem anuncia aquilo que foram pagos
para anunciar.

"De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, -- um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano, etc". (trecho do conto O Alienista, de Machado de Assis)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Todo Cambia [2]

Mundo - Natureza

Como surgiu esse mundo?

Deus disse: "Faça-se o mundo" e assim se fez.



A ciência diz que houve um Big Bang, uma grande explosão que gerou um imenso universo que está até hoje em expansão...

Na geração desse universo gerou-se uma estrela. Ao redor dessa estrela há diversos planetas. Dentre esses planetas, o planeta Terra.

Esse planeta nasceu como uma bola de fogo ou rocha derretida
preza a uma órbita e voltada para dentro de sua gravidade. O calor foi se dissipando e essa esfera foi se solidificando. Os gases na atmosfera, em diversas reações químicas, geraram água que caia e se evaporava e também contribuíram para esfriamento da superfície do planeta.

Com o passar do tempo, e diversas reações químicas, formaram-se rios, lagos e oceanos. Fora possível o surgimento de diversas formas de vida: seres autótrofos, heterótrofos, aeróbicos e anaeróbicos.

autótrofos: produzem o próprio alimento. Ex.: plantas.
heterótrofos: alimentam-se de fontes externas. Ex.: mamíferos, algumas bactérias.
aeróbicos: seres que precisam de oxigênio. Ex.: mamíferos, fungos, plantas, algumas bactérias.
anaeróbicos: não necessitam de oxigênio. Ex.: algumas bactérias. alguns fungos.
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A incidência de raios solares, a ação dos diversos organismos que se formaram, as diversas interações químicas, a ação das águas, do calor e de erupções, causados pelas pressões internas do planeta, a força dos ventos (atmosfera) foram e são fatores de grande importância para as diversas mudanças e transformação do planeta.

A correnteza do rio transforma e desgasta a paisagem.
A planta que nasce, cresce, morre, apodrece, volta para terra se torna matéria orgânica para novas plantas.
A erupção vulcânica que cobre o céu transforma a terra.
O encontro de placas tectônicas geraram montanhas.

O mundo desde sempre com ou sem a participação do ser humano está em constante transformação. Criando-se. Destruindo-se. Reinventando-se.

Rios mudam de curso. Montanhas se desgastam. Florestas chegam ao clímax, mas por qualquer mudança no meio podem perdê-lo.

A mudança é um processo natural.

Todo Cambia [1]

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ao Orgulho Viking


Vikings,

Encerramos mais uma batalha,
Dentre tantas travadas nesse período.
Lutamos bravamente.
Desgastamos nossos corpos e mentes.
Caímos. Levantamos e continuamos a lutar.
Vencemos e fomos derrotados,
Mas continuamos em pé e de cabeça erguida.

Em um braço, nossos escudos
N'outro, nosso machados.
No coração um espírito viking
Guiado pela força e a braveza de Thor.

A guerra continua.
Lutaremos até o final de nossas vidas
Para sermos dignos de adentrar os salões de Valhala.
Um lugar sagrado onde somente se permite a entrada e a estadia
Dos verdadeiros e valentes guerreiros.

Que a alma de macumbeiro nos dê paz, discernimento e serenidade.
Que o espírito viking nos dê força, gana e tenacidade.

Que Odin nos guie,
Para que não sejamos desencaminhados.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um dia qualquer (Conto)


O homem comum não estava se sentindo bem naquele dia. Não era para menos, sua vida andava de pernas para o ar: as contas não paravam de aumentar, o patrão não parava de atormentá-lo, sua filha entrava na puberdade e a cada dia ficava mais descontrolada, e, o pior, andava a suspeitar que sua esposa estivesse a colocar um belo par de cornos em sua cabeça.

Antes, porém, nada disso parecia chateá-lo. Geralmente, quando sentia uma dor incômoda, uma pontinha de consciência, ia afogar suas mágoas na bebida ou nos tele noticiários. Aliás, isso, os tele noticiários, ele adorava. Adorava todo aquele sangue esguichando pela Tevê, o registro de mais um belo dia em nosso belo mundo. Indignava-se sempre com os bandidos diários: “Escória” - dizia-o-, “deviam ser todos mortos”.

Mas hoje as coisas estavam diferentes. Logo cedo, ao se barbear diante do espelho, percebera que os últimos fios de seu cabelo haviam caído. Isso o espantou tremendamente, perder aqueles fios era como perder a juventude em si. Ao olhar mais de perto, tinha a impressão de que em sua careca brilhante e lustrosa estava escrito ‘Fim de jogo’. Os bons tempos haviam acabado. O problema é que eles, os bons tempos, nem eram tão bons assim, só mais do mesmo, a rotina enfadonha embelecida pelos ares do tempo. E ele não havia conquistado nada, nada de relevante nesses anos que tinha vivido. Não era um dos bens sucedidos e inteligentes, era só mais um entre milhares, só mais um com uma passagem direta para o túmulo, e, enfim, o esquecimento.

O peso da idade sempre piora as coisas. Sentimo-nos alienados na solidão, buscamos algo que possa nos confortar, mas é difícil, pois fica tudo embasado, confuso.

O homem comum, este, certamente estava confuso. Na mesa do café da manhã tentou reanimar-se: “Vamos lá, homem” pensava “sua vida não é tão ruim. Apesar de pobre, ao menos tem uma família, alguém em que se possa apoiar, e, nos dias atuais, isso é algo. Veja só a sua filha, veja como é graciosa, e sua esposa, uma verdadeira santa”. 

Mas tudo o que via era uma mulher que não o amava e nem o conhecia, que o traía pelas costas, que o rejeitava profundamente. E quanto à menina, nunca a vira tão distante, um muro de gerações os separava, também não a conhecia.

Tentou engolir essa impressão e lá se foi para o trabalho. O trânsito estava caótico. Um mal das grandes cidades, sempre se demora em chegar a algum lugar, uma lástima. Chegara atrasado no trabalho, com isso teve que escutar poucas e boas de seu patrão. Ele, o patrão, bem novo, um desses que acabara de sair da faculdade, com todas as suas teorias administrativas decoradas, sempre tentando motivar os empregados com sua parca filosofia.

O chefe não tolerava atrasos e falta de comprometimento, em sua concepção, o empregado deveria dar o corpo e alma à empresa, o deus maior.

 Dava nos nervos do homem comum, toda aquela falação, o fato de ter que ser comandado por um “moleque”, como ele sempre o chamava pelas costas. E, apesar disso, o salário não era bom assim, o suficiente para sobreviver com sua família, e, quem sabe, no final de ano visitar os seus parentes no interior, e só. Odiava tudo aquilo, mas tentava não refletir.

Começou o trabalho. Sempre a digitar os gordos números no computador, já havia decorado há um bom tempo, chegava a fazer com perfeição. Ao ficar digitando durante àquelas horas, às vezes parecia que ele não existia mais, só uma sombra, só uma extensão da máquina. Desses tempos, até que gostava. Aquele vazio permitia-o não sentir nada.

Hoje não conseguia, não conseguia sentir o vácuo dentro de si, não conseguia concentrar-se. Aqueles fios de cabelo, aqueles fiozinhos patéticos que haviam renunciado, o destruíam por dentro.

O resultado foi que não fizera nada, procrastinara o tempo todo ao tentar evitar pensar nesse incômodo. Sua cabeça girava, a batalha estava sendo perdida. No meio do expediente pediu para ir embora, sua justificativa foi de que estava doente. Clássica. Funcionou, apesar do olhar torto do chefe.    

Pegou o carro, não sabia para onde ir. Casa? Não havia nada lá, nada que pudesse confortá-lo. Dirigiu sem direção. Parado, no meio do trânsito infernal, começou a olhar para o nada, para as coisas além da paisagem. E fez o que nenhum homem em sua situação deveria fazer, começou a pensar.

Não o pensamento ordinário, aquele no qual nos perguntamos o que iremos jantar esta noite ou o que faremos quando o final de semana chegar. Não, não aquele. O que ocorria em sua cabeça era algo muito profundo, entrava numa caverna desconhecida e escura.

Percebeu a gravidade da situação. Percebeu que provavelmente tinha uns bocados de anos pela frente com a mesma vida miserável, sempre tentando melhorar ao seu jeito, de maneira honesta e decente, e nunca tendo êxito. Porque os prêmios maiores não são para gente como ele, a divina e sagrada Sociedade não permitiria. Ela, com seu poder, o subjugara, sequer dera uma chance. Pobrezinho.

Parou numa praça qualquer. Sentado, começou a admirar o mundo ao redor. Parecia mais cansado do que o normal, uma imensa raiva o preenchia, e essa raiva se transformava em algo mais, uma força, uma resistência.

Neste momento, queria mudar de vida. Prometeu a si mesmo largar o emprego de merda, largar a sua mulher, aliás, diria àquela adúltera que sabia que ela o estava traindo, e iria tentar fazer alguma conexão com sua menina, ser um bom pai, arriscar, fazer o mundo tremer. Seria um desses sujeitos bem-sucedidos, não importando de que forma, um extraordinário, sim, ele seria, dane-se a idade, dane-se os fiozinhos toscos, ele não precisava disso, não mais. O fato de estar vivo já era mais do que o suficiente, percebia isso e um sorriso aparecia em seus lábios, um verdadeiro sorriso, provindo da expectativa de mudança.

Meditou por horas, até que resolveu observar o pôr do sol. O velho sol, já se indo, já morrendo, consumindo-se, mas ainda sim tentando emitir alguma luz, aquela melancólica luz das tardes que torna tudo rosado. Não demora muito e ele é engolido, engolido pelas trevas.

A mudança iria ocorrer, estava decidido, ao menos naquele momento estava. Nem que fosse à força, Deus não mais o desprezaria. Abriria o caminho às patadas, de peito aberto, em suma, um violador.

O celular toca. Aquele toque irritante típico desses aparelhinhos, nunca tinha parado para pensar, mas odiava eles, os celulares. Sua primeira reação foi a de não atender, não tinha paciência para aquilo. Mas os hábitos são sempre fortes, verdadeiras armadilhas, não conseguiu se segurar. Atendeu.

A esposa pede para pegar a filha na casa de uma amiga. O lugar parece longe. A noite cai depressa. Considerou esta sua última tarefa como homem comum. Amanhã, amanhã tudo estaria mudado.

E bota longe nisso! O engarrafamento o atrasou por horas, até que chegou ao seu destino final. Lugar feio, bem feio. Um desses bairros esquecidos das cidades, onde tudo acontece dia e noite e ninguém percebe.

Com tanta coisa passando por sua cabeça, esquecera o número do apartamento da amiga da filha, tentou ligar para mulher, para perguntar, mas ela não atendia. Resolveu andar pelos blocos, para ver se recordava. Tudo deserto, silencioso, miserável. Em sua caminhada, achou a porta de um apartamento aberta. Não tinha o costume de entrar sem ser convidado, mas uma força o atraiu para dentro.

Logo ao entrar, no chão encontrou uma mulher, embebida de sangue, retalhada, nua e morta. Estado de choque. Não sabe o que fazer. Decide por dar o fora dali. Sai correndo.
De repente, portas se abrem às suas costas, como mágica. Gente correndo e gritando. “Ele foi por ali”, escuta.

Ele chega até a rua. Pessoas o estão perseguindo. Sabe disso. Talvez devesse ir ao encontro delas, explicar a situação. Mas será, será que as pessoas iriam escutá-lo? Elas, geralmente, só entendem de uma linguagem, a da violência, esta, que é a verdadeira linguagem universal.

 Correu mais. Estava sendo alcançado. Era só chegar ao carro e fugir. Não estava longe.

“Assassino! Estuprador! Pega ele, pega ele!”

Em sua pressa, decidira por olhar para trás. Grande erro. Bem perto de suas fuças havia uma multidão espumante, clamando por sangue. Não ia desistir, não podia desistir. “Vai dar tudo certo, tudo certo”, pensava desesperadamente.

 Fôlego indo embora. Já não conseguia correr mais. O seu coração batia mais do que nunca. 
Um infarto, talvez? Pouco importa. Caiu ao chão, estafado, sem forças para prosseguir, derrotado. A turba cercou-se dele.

Tentou explicar, mas tudo o que saía de sua boca eram palavras vazias, grunhidos e depois o choro. Chorava como uma criancinha. Sentia-se culpado, não sabia o porquê, mas sentia-se culpado, isto o atordoava.

A multidão queria suas carnes. Um exército de homens e mulheres comuns ávidos por sacrifícios, um ritual, um ritual sagrado. Mesmo se tivessem a prova definitiva de que aquele pobre coitado fosse inocente, ainda teriam ido em frente com prazer. Assim como Jesus, aquele homem iria ser sacrificado por algo, sendo inocente ou não, era o necessário. Só que ao contrário de Cristo, ele não será glorificado por dois mil anos, não, com muita sorte talvez seja lembrado por um dia ou dois, irá levantar alguma indignação nacional e, quem sabe, um breve comentário apaixonado do apresentador obeso do jornaleco sensacionalista da tarde.

Ele não conseguia mais pensar, nosso homem já não tão comum. A dor era demais. Dá-lhe chutes daqui, chutes de lá, ofensas e pauladas.  E lá se ia seus sonhos, suas mudanças, com essas pauladas. Uma loucura. Rasgavam suas roupas.

Não demorou. O povo, que é a voz de Deus e dos homens, fez seu trabalho corretamente. Lá está ele agora, o homem, antes de ser recolhido, seu rosto expressa imensa decepção. Suas partes mutiladas, só para confirmar a castração de toda uma vida. No final das contas, estava amarrado a um pau, nu em pêlo, com a língua de fora, e em cima de sua cabeça uma placa rústica feita de papelão, e escrito numa letra mal-feita a palavra “Estrupador”.

O sofrimento ao menos havia acabado. É isso que importa: que o sofrimento acabe. Às vezes é bom se convencer disso, e, que, por mais que se tente, todas as opções são erradas.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Riqueza

"Estais vendo tudo isso? Eu vos garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; tudo será destruído". (Mt 24, 2)

Vês a mansão?Vês o castelo?
Foram construídos por mãos humanas
Para a glória de nobres

Que têm seus nomes marcados na história.

Seus nomes permanecem
Suas glórias são cantadas durante os séculos,
Mas seus corpos já não existem...
O que lhes sobram são seus nomes




E suas obras...
Como seus corpos, suas obras
também desaparecerão.
O tempo é implacável

A pedra, caso não seja reformada, por mãos humanas,
Se desgastará e a bela construção se esfacelará...
Restará apenas o glorioso nome
Que existirá até quando houver quem o cante...



Assim é toda a riqueza
Assim é toda a pompa.
Como nesse mundo
Tudo terá um fim.
Até as montanhas se desgastam
Árvores são centenárias,
mas um dia
morrem..
Apodrecem...
Desaparecem...
E se tornam matéria de outras árvores...

Ideias tem longa vida

Carregadas na boca, na mente e nos dedos
Atravessam séculos
de seus entusiastas, seus guardiões.


Ideias surgem
Ideias se modificam
Ideias se perdem
Ideias renascem
Ideias são sinérgicas a este mundo...



Riquezas (concreto) são perecíveis
Ideias (abstrato) são semi-perecíveis (necessitam do concreto para existirem)


O som é a ideia,
Ideia não é luz.
O som se propaga pela matéria.
A luz não precisa de matéria para se propagar.
Não há matéria, não há som.

O dia em que o Sol resolver se explodir ou apagar

Não haverá mais riqueza, nem ideias...
Tudo é perecível...

Nada...

































Que Deus tenha piedade de minha alma...

domingo, 27 de novembro de 2011

Uma Nova Visão













"Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só; mas se morrer, produzirá muito fruto" (Jo 12, 24)

A cerveja já não tem o mesmo gosto...
Não está nem amarga...
Está aguada...
Mas com gás.

Muitas coisas perderam o sentido...
Outras ganharam significados,
Para perdê-los novamente
E antigas reconquistá-lo...

Vivo nesse ciclo...

Recomeçar?
Sempre!
Consecutivas construções e destruições.
Não adianta fugir,
Esconder-se
Ou Ignorar...

O jeito é estufar o peito,
Acertar a postura
E partir para a batalha.

Uma nova visão...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Todo Cambia [1]

Tudo Muda,
Todo Cambia,
Águas passadas não movem moinhos
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio (Heráclito de Éfeso)

"Quando era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança; mas quando me tornei homem, abandonei as coisas de criança." (1Cor, 13, 11)

A mudança é intrínseca à condição humana





domingo, 20 de novembro de 2011

Jean Charles

"Quando um estrangeiro vier morar convosco no país, não o maltrateis. O estrangeiro que mora convosco será para vós como o nativo do país. Ama-o como a ti mesmo, porque fostes estrangeiros no Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus". (Lv 19, 33-34)

Não leses o direito do estrangeiro nem do órfão, nem tomes como penhor as roupas da viúva. Lembra-te de que foste escravo no Egito, donde o Senhor teu Deus te resgatou. É por isso que te ordeno proceder assim.

Se, ao fazer a colheita em teu campo, esqueceres um feixe de trigo, não voltes para buscá-lo. Deixa-o para o estrangeiro, para o órfão e a viúva, a fim de que o Senhor teu Deus te abençoe em todo trabalho de tuas mãos

Quando sacudires as tuas oliveiras, não deves catar o que sobrou. Deixa-o para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva

Quando colheres as uvas da tua vinha, não deves catar os grãos que sobraram. Deixa-os para o estrangeiro, o órfão e a viúva. Lembra-te que fostes escravo no Egito. É por isso que te mando proceder assim" (Dt 24, 17-22)

"A piedade não consiste em voltar a face para o Levante ou para o Poente. Piedoso é aquele que crê em deus e o último dia e nos anjos e no Livro e nos Profetas, que dá dos seus bens, embora apegado a eles, aos parentes, aos órfãos, aos necessitados, aos viajantes, aos mendigos, que resgata os cativos, recita as preces e paga o tributo dos pobres, que cumpre suas obrigações e é resistente na adversidade, no infortúnio e no perigo. Esses é que são os crentes/muçulmanos e os piedosos". (Alcorão, sura A Vaca: 2, 177)


A busca de melhor condição de vida...
A relação de confiança/camaradagem...
O que buscamos, o que abandonamos...
Quem somos...
Nosso crescimento...
Nossa degradação...
O multiculturalismo...
O encontro...
O choque...
O medo...
O ódio...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Kinks - Do It Again



Standing in the middle of nowhere,
Wondering how to begin.
Lost between tomorrow and yesterday,
Between now and then.

And now we're back where we started,
Here we go round again.
Day after day I get up and I say
I better do it again.

Where are all the people going?
Round and round till we reach the end.
One day leading to another,
Get up, go out, do it again.

Then it's back where you started,
Here we go round again.
Back where you started,
Come on do it again.

And you think today is going to be better,
Change the world and do it again.
Give it all up and start all over,
You say you will but you don't know when.

Then it's back where you started,
Here we go round again.
Day after day I get up and I say
Come on do it again.

The days go by and you wish you were a different guy,
Different friends and a new set of clothes.
You make alterations and affect a new pose,
A new house, a new car, a new job, a new nose.
But it's superficial and it's only skin deep,
Because the voices in your head keep shouting in your sleep.
Get back, get back.

Back where you started, here we go round again,
Back where you started, come on do it again.

Back where you started, here we go round again,
Day after day I get up and I say, do it again.
Do it again.
Day after day I get up and I say, come on do it again.

sábado, 12 de novembro de 2011

Escravo

Hoje é um daqueles dias
Que não tenho tempo
Nem para respirar.

Resolvi parar.
Repensar...
Abandonei alguns compromissos...
Abri meus olhos,
Saquei o ambiente.
Fechei-os.

Inspirei...
Expirei...
Respirei.

Eu estava era morrendo!

Sobrevivi...
Para viver...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fight Club


Até quando essa suposta CIVILIDADE será capaz de domar/dominar o ímpeto de nossa natureza selvagem?

O que te atormenta?
O que te deprime?
O que te estressa?
O que te chateia?
O que te prende?
O que te mata?
O que te impede de buscar seus sonhos?

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sabor

O café é uma bebida
A amizade é um sentimento
Demasiada as diferenças,

Ambos frios,
Perdem o bom sabor.

Noite


As nuvens preenchem o céu.
Ofuscam-se a luz das estrelas...
É o momento de descansar.
O Sol brilhou
E nós trabalhamos.
O Sol se deitou
E nós deitaremos

Iluminados pela Lua
Cobertos pelas nuvens
E sonhando
Com as estrelas...

domingo, 6 de novembro de 2011

Primavera Árabe

Bandeira da Arábia Saudita:
"Não há outra divindade além de Allah, e Maomé (Muhammad) é o seu Profeta"

As Revoluções que ocorreram em 1848, que tinham caráter liberal, democrático e nacionalista, contribuíram para a derrubada das monarquias europeias. Receberam o nome de Primavera dos Povos.

Em alusão a esse período, a série de revoluções que estão acontecendo nos países muçulmanos, em prol da liberdade, da oferta de emprego, das justiças política e social e de caráter nacionalista (patrocinados pelas potências ocidentais), contra as ditaduras, está sendo chamada de Primavera Árabe.



sábado, 5 de novembro de 2011

Até que durma




Música composta por James Hetfield inspirado pela perda da luta de seu pai contra o câncer, a descrição na música remete tanto à dor que James sentia pela perda do pai, quanto a própria dor que seu pai sentia ocasionada pela doença.
James veio de uma família extramamente religiosa e conservadora (cristã) e seus pais não acreditavam nos poderes da medicina, daí o grande motivo pelo "ódio" de James pela religião cristã.

Essa música também pode ser metaforicamente associada à alguns problemas internos que todos passamos: dor, medo, raiva, insegurança, sentimentos que nos prendem e que nos machucam de forma tão intensa e que não conseguimos colocá-los pra fora, assim como o "câncer" que se alimenta de nós mesmos, cresce, até nos consumir completamente.

Do the Evolution

Música: Do the Evolution
Banda: Pearl Jam
Compositores: Stone Gossard e Eddie Vedder.
Álbum: Yield (1998)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Smile



Feliz,
sem motivos para estar...
feliz apenas pois vi um sorriso
sorriso sincero, daqueles que
nos tocam com sua simplicidade
sorriso daqueles que traduzem a felicidade
sorriso daqueles que nos dão vontade de sorrir...
mesmo sem motivos pra isso.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Beber Defunto


Nesse dia de Finados
Vamos celebrar aqueles que morreram
Por tudo aquilo que viveram.
Seus ciclos estão encerrados.

Façamos uma homenagem merecida
A eles que estão melhores que a gente
Num lugar muito mais decente
Vivendo a verdadeira vida.

Bebamos cervejas geladas
Em memória dessa moçada
Que já peregrinou nesse mundo.

Isso não é zombaria.
Liberdade é motivo de alegria.
Vamos beber os defuntos

domingo, 30 de outubro de 2011

7 Bilhões


u.u

Nego...
7 bilhões de caboclinhos...
Mas é gente, héin?

Isso sem contar que esse planeta também tem
Um diversa fauna e uma fausta flora.

Como é que vai fazer para alimentar esse povo todo?
Graças a Odin existe a tecnologia!
Com o melhoramento das técnicas de cultivo e produção até hoje podemos sobreviver.
Teoricamente há alimento para todos.
Isso leva a outra questão muito importante:
Temos que repensar, e isso já vem acontecendo, nossas relações de produção e consumo.
Produção acelerada.
Consumismo exacerbado.
Onde isso vai parar?
Os recursos naturais vão se esgotando!
Vão se renovando!
Vão se esgotando.
Isso leva a outra questão:
O ser humano é mais que o que ele consome.

- Alimento.O ser humano precisa de:
- Moradia.
- Informação.
- Cultura.
- Relações interpessoais.
- Respeito.
- Sentido.
- Amor.

Somos mais que "recursos humanos".
Somos seres humanos.

Desafios:
- Alimentar essa grande população: ninguém deve passar fome.
- Repensar as relações de produção e consumo: o consumismo imoderado leva a exaustão dos recursos naturais. Causa dos desequilíbrios naturais e sociais.
- Respeito à dignidade humana: não somos coisa. Devemos respeitar e merecemos respeito.

Todos compartilhamos o mesmo mundo.
Viva as diferenças!
Viva o diálogo!
Viva o respeito!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Amor e Justiça

"O Amor é cego"

"A Justiça é cega"

Seria a Justiça e o Amor a mesma coisa???

Ou será que

A Justiça é uma eterna apaixonada???

Será que

A Justiça é passional?

O Amor é racional?

A Justiça é racional?

O Amor nos leva a fazer coisas "infazíveis". (para não dizer estúpidas)

A Justiça...?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sobre Rafinha Bastos e a tal frase.

Não havia me vindo em mente comentar sobre a polêmica frase ‘comia ela e o bebê’ do humorista Rafinha Bastos, mas com todo o alvoroço sobre a mesma resolvi palpitar.

O que se vê nada mais é do que o que sempre foi visto no país: pessoas com mais influência ditando as regras do jogo. Que a frase pode ter sido forte, pode-se em algum momento considerar, entretanto, deve ser levado à tona que a frase foi dita por um humorista e é nada mais nada menos do que parte de seu trabalho usar de tais artifícios para levar em diante sua profissão.

Circula na internet que Bastos pode ter que pagar certa quantia em dinheiro e até mesmo ser preso se condenado por dizer a tal frase. O que nada mais é do que uma palhaçada, excesso, sensacionalismo. Vale lembrar que a frase referida foi sobre a gestação de Wanessa Camargo e, uma faz primeiras pessoas a se manifestarem sobre a frase foi o ex-jogador Ronaldo.

Em todo o país se vê casos escandalosos de políticos corruptos, grupos de extermínio, abuso de autoridade, lavagem de dinheiro, trabalho escravo, etc., todos com várias provas contra e tantos estão livres e nada é falado, e a mídia se preocupa mais com um humorista e suas piadas. A palavra corrupção deveria ser lembrada não tão somente para os políticos, mas também para todos os que corrompem os preceitos sociais e que distorcem as regras do jogo para poder se manterem no poder e com isso, manter a sociedade alienada.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Relações Mascaradas

“Caso ou compro uma bicicleta?”

Com essa brincadeira foram debatidos três assuntos realmente sérios: relacionamento, namoro, casamento.

Muitos dizem se arrepender de ter casado. Segunda a amiga Érica, elas não deveriam se arrepender do casamento, mas sim de um namoro mal feito. Um namoro baseado em ilusão,

Muitas pessoas comentam que “o casamento é uma instituição falida”. Muitos se casam por pressão sócio-religiosa. Assim, como virá a velhice ou a morte, ou a árvore dará fruto a seu tempo, também virá o casamento.mascarado. Vamos chamar isso de Relação Mascarada.

Mas, nesse debate, que começou com a brincadeira, foi-me explicado que, na verdade, os problemas do casamento estão intimamente relacionados com as relações mascaradas do namoro.

Quando se conhece uma pessoa e se enamora por ela, passa-se a ter uma relação mais íntima, o namoro, em que as pessoas estão buscando a comunhão. Estão preenchendo a necessidade afetiva, que é natural. Um dos maiores medos do ser humano é a solidão.

Quando se está apaixonado deseja-se a constante presença daquela pessoa a quem se direciona esse afeto. Uma maneira de mantê-la próxima é manter com ela uma harmonia, uma serenidade.

Dessa forma, compartilha-se os mais belos sentimentos e momentos. Porém, pessoas, em sua maioria, têm problemas, preocupações, vaidades, dias ruins. Na necessidade de manter essa pessoa especial feliz, e até por amor mesmo, buscam poupar o companheiro, ou companheira, de suas aflições.

Muitos se despem de suas preocupações e até de suas vaidades ou orgulho por amor e pelo bem do parceiro. Deixam de compartilhar situações conflituosas, tanto profissionais como familiares, no intuito de disfarçar a parte ruim da vida. Significa dizer que o companheiro não tem consciência de tudo que se passa com o amado durante o relacionamento denominado namoro.

Isso pode funcionar no namoro. A partir do momento em que ambos decidem entrar no casamento, a convivência se torna plena e constante. Nessa etapa, o rupo familiar antes composto de pais, irmãos, tios e o grupo profissional composto por colegas e chefes, já não participa tão ativamente da convivência diária quanto o companheiro do relacionamento. Agora, compartilha-se também as inseguranças e os vícios, sendo que o casal já não conseguirá mais esconder de si mesmo todas a preocupações, as aflições, a vaidade ou as tristezas que os atormentam. Já não há somente a comunhão harmoniosa. Surge a convivência com manias, implicâncias, problemas cotidianos, defeitos novos, sentimentos novos, enfim, personalidades diferentes e desconhecidas até então. Eis a complexa questão: afinal a pessoa do namoro é a mesma pessoa do casamento? Realmente havia conhecimento suficiente de ambos para a etapa do casamento?

É preciso atentar-se para o fato da culpa. Após conhecer e aprender um novo lado do companheiro, é comum procurar o momento certo da falha e por unanimidade sempre é o namoro. Aquele namoro repleto de alegrias e felicidades tornou-se um casamento frustrado e infeliz. Mentira, o namoro simplesmente era mascarado da realidade e da comunhão completa. Dividia-se momentos positivos e evitava-se os momentos negativos que são inevitáveis dentro de uma convivência conjugal.

O companheiro passou a ser o único responsável por dividir os momentos negativos que antes eram compartilhados com os pais e amigos. Esses momentos passam a ser a realidade do casal que não se preparou no relacionamento inicial. É a tentativa de adiar a vida que frustra o homem.

Para quem acredita na instituição casamento, ela começa com uma verdadeira relação e comunhão, tanto das virtudes e como dos vícios, no namoro. Isso, sim, dará uma verdadeira base para que se possam compreender como casal e como família.

Para refletir: Pode-se mudar/moldar uma pessoa? Se uma pessoa carrega um vício durante o namoro, livrar-se-ia desse vício no matrimônio?


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Naquela Mesa

Para complementar as postagem abaixo (Pais e Filhos), um choro composto pelo compositor e jornalista carioca, Sérgio Bittencourt.

Esse choro ficou famoso na voz do cantor gaúcho Nelson Gonçalves.

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele me contava histórias
Que hoje na memória eu guardo de cor

Naquela mesa ele juntava a gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho eu virei seu fã

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa eu um jardim
Se eu soubesse o quanto doía a vida
Essa dor tão doída não doía assim

Hoje resta uma mesa na sala
E ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele está doendo em mim

Pais e Filhos


Nesse "Dia das Crianças",uma pequena reflexão sobre como é ou deveria ser o relacionamento entre pais e filhos durante as várias fases da vida.

Nasce aquela criança,
Fruto do amor ou desejo dos pais.
Uma criancinha,
Ignorante.
Incompleta.
Indefesa.
Insignificante.
Inconsciente.
O mundo gira em torno daquele pequeno ser.
Os pais são todo cuidados.

Gradualmente essa criancinha vai crescendo.
Vai aprendendo,
Tomando consciência.
Ensaia suas primeiras palavras.
Suas primeiras frases.
Suas primeiras histórias.
Primeiras aventuras.
Mesmo que não percebam, os pais
Que muito pouco sabem.
Aprendem com esse ser
Ainda o circundam de todos os cuidados.

Essa criancinha vai para escola
Lá faz seus primeiros amiguinhos
Uma nova e várias experiências.
O mundo é maior que o lar,
Ou a casa dos tios ou avós.
O aprendizado
O conhecimento
O crescimento são constantes.
Aumenta-se a consciência.
Aumenta-se a independência.
Contesta-se.
Os pais exercem autoridade,
Mas já dão voz a sua cria.
Ele já é um ser dotado de conhecimento
E argumento.

Na fase da adolescência,
A criança crescida, inteligente
E independente.
Dono do nariz.
Dono do mundo.
Mas sem carro,
Conta para pagar
E sem dinheiro próprio.
Exige-se respeito
Exige-se independência
Não se aceita mais imposições.
Exige-se confiança.
Uma fase de novas descobertas.
Uma fase muito boa.
Uma fase de debates, discussões.
Diálogo.
Pontos de vistas.
Experiências paternas.
Experiências filiais.
Ainda há hierarquia.
A autoridade dos pais.
Mas, acima de tudo:
Respeito.

A criancinha estuda, se forma,
Casa-se.
Arranja um emprego.
Possui estabilidade econômica.
Possui seu lar.
Seu dinheiro.
Suas contas para pagar.
Seus filhos.
O filho é pai,
Os pais, avós.
Não existe mais hierarquia.
Há respeito, amor, carinho,
Conselhos.
Diálogo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Doutrina da "Guerra Justa"


Segundo a Igreja Católica:

"É preciso considerar com rigor as condições estritas de uma legítima defesa pela força militar. A gravidade de tal decisão a submete a condições rigorosas de legitimidade moral. É preciso ao mesmo tempo que:
-- o dano infligido pelo agressor à nação ou à comunidade de nações seja durável, grave e certo;
-- todos os outros meios de pôr fim a tal dano se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes;
-- estejam reunidas as condições sérias de êxito;
-- o emprego das armas não acarrete males e desordens mais graves do que o mal a eliminar. O poderio dos meios modernos de destruição pesa muito na avaliação desta condição

Estes são os elementos tradicionais enumerados na chamada doutrina da 'guerra justa'".

(Catecismo da Igreja Católica, §2309)

(Imagem: Arcanjo Miguel, por Guido Reni)