A noite cai serena no sertão.
Tudo mansamente se silencia.
O rei Sol cede lugar à escuridão.
Levanta-se ostentosa lua cheia, a rainha.
A noite é regida pela Lua
Que ilumina o escuro céu.
As estrelas, damas suas,
Enfeitam seu negro véu.
Iluminada por sua claridade,
A dama do céu rege a Natureza
Que com muita humildade
Curva-se à sua realeza.
O riacho corre por cima da terra.
O vento suspira por entre a mata.
Sob esse reino fica minha fazenda.
Dessa fazenda faço minha morada.
Morada que ficou vazia,
Morada onde reside a saudade.
Depois de sua partida
Nunca mais houve felicidade.
Os dias são tristes.
Triste é a vivência.
Tristeza que só existe
Por causa da sua ausência.
A rainha acompanhava minha tristeza
E apiedou-se dessa humildade.
Ordenou á sua serva, a natureza
Que a esse pobre consolasse.
A luz da Lua iluminava o riachinho.
O vento circulava por cima.
De lama e água foi emergindo
Em forma de mulher, uma caboclinha.
Moldado pela mansidão do vento,
O corpo formado de água e terra
Cuidadosamente esculpido vai sendo
Numa bela e delicada morena.
Seus longos e belos cabelos
São formados pelo véu lunar
Como o céu, noturno e negro,
É realçado pelo brilho estelar.
Seus castanhos olhos de profunda pureza
Que cora toda a beleza que é sua.
Reflete toda a grandeza da Natureza.
Reflete toda a realeza da Lua.
Seu vestido, formado por sedosas folhas
Foi ricamente adornado por lindas flores
Especialmente para a mais bela moça
A harmonia natural em diversas cores.
Essa graciosa senhorita
Filha da Lua e da Natureza
Veio devolver-me a alegria
E me fez esquecer a tristeza.
Lua, minha rainha
Concedeste-me uma bela princesa.
Honrarei cada dia
Abençoado pela Natureza.
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