sábado, 4 de agosto de 2012

Um cara normal.


  Fétido, sujo, repugnante. Sim, todos me veem como o tal. Não me lembro quando passaram a me julgar dessa maneira, lembro apenas de um tempo em que parei de frequentar os bares da vida, nenhuma beleza atraía-me mais, nenhum sonho vivo permanecia em meus pensamentos.
     Diziam que o meu mundo havia desmoronado, também diziam que eu estava doente, que deveria me animar para a vida e enfrentar os desafios que ela proporciona. Desafios? Asneiras! Nesse momento é que começaram a me colocar tais adjetivos: sujo, fétido, repugnante, eram assim que me chamavam.
     Hoje, todos os amigos de outrora estão casados, com filhos e se dizendo felizes, realizados, limpos. Pessoas que contribuem para algo. Já eu, prefiro não contribuir, prefiro não espalhar minhas más qualidades ao vento, prefiro apenas aceitar toda a minha sujeira, meu fedor, minha repugnância.