quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cassino

Não estamos indo para lugar algum
Caminhando em estradas sem fim.
Por mais torturante que seja,
Por mais que as cartas já estejam marcadas

Insistimos,

Ainda temos esperança,
Esperança de...
Ganhar este jogo medíocre
Jogo de, jogo disso, jogo daquilo

Só mais um jogo...

Seria mais fácil se tu estivesses aqui,
Para jogar as cartas...
Mas o Jogo acabou, ninguém venceu...
Agora estamos todos aqui...
Jogando com as cartas de antes,

Apostando num futuro,
Mesmo sabendo que
Não estamos indo para lugar algum.


(Augusto Alves - Adriano Andrade)

De preto

Eu que cheguei de preto,
cheguei bem perto
tentando te trazer todas as cores...
e passei em branco.

Onírica


Seu sorriso estava tão lindo,
seus olhos por um breve instante alegres em me ver,
o singelo toque da sua pele na minha,
mesmo que sem mais paixão alguma
conseguiu me despertar desejos antes jamais desejados...
Talvez aquele breve momento, fosse o nosso último,
talvez o primeiro outra vez...
Só me resta acordar e perguntar ao universo:
o que é que Você quer de nós?
E aceitar o nosso destino...

Você...


A fumaça adentra meus pulmões de forma tão intensa,
tão intensa que até parece você,
que veio queimando até meu peito
e me deixou mais tranquilo...
Já não importa se isso me matará
porque me faz tão bem...
Tão bem que até parece você.
a fumaça adentra meus pulmões de forma tão intensa,
que embaça as paredes de vidro do meu peito
e revela seu nome escrito a dedo
bem acima do pedaço quebrado de vidro por onde você saiu,
por onde a fumaça entra...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Aos Pés do Carvalho

"Depois o Senhor apareceu a Abraão junto ao carvalho de Mambré. Abraão estava sentado à entrada da tenda, no maior calor do dia. Levantando os olhos, viu parados perto dele três homens. Assim que os viu, saiu correndo a seu encontro e se prostou por terra. Disse assim: 'Meu Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem sem para junto a teu servo. Mandarei trazer um pouco de água para lavar vossos pés e descansareis debaixo da árvore. Trarei um pouco de pão para refazerdes as forças, antes de prosseguir viagem. Pois foi para isso mesmo que vos aproximastes de vosso servo'. Eles responderam: 'Faze como disseste'". (Gn 18, 1-5)

Aos pés do Carvalho, encontro minhas raízes
Dum passado bem distante, que nunca pensei que existisse
E me vem ao presente uma presença luminosa
trazendo-me luz, calor e energia nova.

A terra gera, a terra consome.
Nasce pera, cresce carvalho.
Gente aparece, gente some.
O Sol se levanta e seca o orvalho.

A semente cria raízes, a árvore cresce.
Crescem os ramos, que se fortalecem.
Vem a flor e em seguida os frutos.
Nas mãos de Deus a pertença do futuro.

E o tempo passa, seca galho, nasce ramo.
Os frutos geram sementes novas
E o Destino vai traçando e entrelaçando sues planos.
Deus vai escrevendo por linhas tortas.

E nos pés do Carvalho,com minha raiz de outra semente,
Re-encontro-me com meu passado, vivo no mesmo presente.
Quis o Destino, em determinado tempo, que nos separássemos
Para que, sabe-se lá Deus, nos encontrássemos.

A Energia elogiando a Luminosidade
Que sendo Faísca admirava-se pela Energia.
"Nada nesse mundo é por acaso". Eis uma Verdade.
"Tudo tem um sentido", o Sábio já dizia.



terça-feira, 12 de junho de 2012

Um dia desses.

Sentamos em meu sofá, ela estava com um ar alegre, aquele aspecto que se adquire depois de consumir certa quantidade de álcool. Conversamos um pouco sobre assuntos triviais, ela sorria muito, o assunto parecia agradá-la. Quando ela fitou-me diretamente nos olhos, observei todo o seu corpo sem sequer um pingo de vergonha, borbulhava sangue em minhas veias. Ela estava linda, vestia um vestido vermelho, apertado, estava bela como não poderia ser mais. Inclinei um pouco para beijar aqueles lábios cintilantes, ela se esquivou. Levei a para casa, nunca mais nos falamos.