sábado, 30 de abril de 2011

Palavras no Espelho

Quatro cores através de um espelho

Não sei o quê estão fazendo ali,

Estão ficando escuras

Clareando idéias shakespearianas


Deixam as palavras mais escuras

Meu sangue mais vinho,

Cobrindo minha percepção

Não é assim de onde venho!


Quatro espelhos através de uma cor

Estarão me alertando de algo

Rumores de meu mau humor?

Todos os pesadelos vieram hoje


Wittgenstein disse para não me preocupar

“Qual a natureza do significado? O que é o significado?”

Disse ele;

Então seria o caso de dar um passeio com minha lógica.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Comparação injusta...

"Compara-se muitas vezes a crueldade do homem à das feras, mas isso é injuriar estas"










F. Dostoiévski

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Questão

Circula pela internet a seguinte questão:

"Por que nos preocupamos mais com o que as pessoas irão pensar sobre nós, que com o que Deus pensa sobre nós?"

Resposta???

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Via Crúcis

http://www.rinku.zaq.ne.jp/sano-katorikku/photos.htm


Via Crúcis da igreja de Nossa Senhora (Notre Dame) da cidade de Avranches, França.

  1. Estação: Jesus é condenado à morte
  2. Estação: Jesus carrega a cruz às costas
  3. Estação: Jesus cai pela primeira vez
  4. Estação: Jesus encontra a sua Mãe
  5. Estação: Simão Cirineu ajuda a Jesus
  6. Estação: A Verônica limpa o rosto de Jesus
  7. Estação: Jesus cai pela segunda vez
  8. Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
  9. Estação: Terceira queda de Jesus
  10. Estação: Jesus é despojado de suas vestes
  11. Estação: Jesus é pregado na cruz
  12. Estação: Jesus morre na cruz
  13. Estação: Jesus morto nos braços de sua Mãe
  14. Estação: Jesus é enterrado

O Grito - Edvard Munch

Edvard Munch(1863-1944) pintor Norueguês, expressou de uma forma talvez jamais expressada até então e, ainda não expressada novamente, todo o desespero e a agonia da existência humana em sua obra : O Grito(1893)
Em seu diário revelou a inspiração para a obra:
"Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza."




"O adormecer da razão gera monstros" - (Goya)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Faz sentido...



                    
'Existe mais canções de amor do que qualquer outro tipo. Se canções influenciassem as pessoas, amaríamos uns aos outros.'
( Frank Zappa )

Friedrich Nietzsche - Eterno retorno(Ewige Wiederkunft)



O texto a seguir é a exposição de um dos temas mais importantes da filosofia de Nietzsche: O Eterno Retorno, em uma de suas várias interpretações argumenta o fato de que a História (que aqui não se trata da temporal) se repete em todas as suas Eras com um número limitado de fatores, como Guerras e Epidemias, por exemplo. Não importa quanto à história caminha, os acontecimentos seguem uma corrente cíclica, isso também vale para os sentimentos que movem as pessoas a seguir com suas vidas. Trata-se em algum posto de vista de tratar a realidade não como múltipla, mas única. Além de trazer várias indagações para as emoções humanas.

O texto foi retirado da obra A Gaia Ciência(1882) - aforismo 56:

E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

domingo, 17 de abril de 2011

Ontem, Hoje, Nunca Mais




respire fundo, aumente o volume
pegue uma cerveja, dê uma bela golada
deixa o som do blues invadir sua mente
e mate seus neurônios, mate seus nervos
pense em nada, alivie sua dor...
um cigarro pro coração bater mais lentamente
não me acostumo muito bem com esse rítimo acelerado
minuto a minuto respirando e ingerindo a morte
por um instante longe de mim...
por um instante longe desse inferno,
a cada segundo mais perto do céu...

Certeza

Esse universo é imenso.
Muito pouco sabemos.
Em muitas coisas cremos,
Muitas, nem percebemos.

O futuro a Deus pertence.
A vida sempre surpreende.
O amor sempre vence?
Quem tudo compreende?

Nasce planta,
Nasce criança.
Promessas à santa.
Amanhã? Esperança.

Esse universo é um mistério.
O que serão dos impérios?
Jovens ficarão velhos?
Amor terá critério?

O que Deus quiser, que seja.
Maior do que eu é a natureza.
Dentre minhas certezas:
Nada se compara a um pastel de feira.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Flor"

Você me ofereceu sua flor

Eu queria muito mais

Ofereci meu amor

O que não tinha oferecido jamais


Aceitei a,

No começo ela estava seca

Parecia que não havia desabrochado ainda,

Agüei a, parecia agora mais viva,


Mas eu queria mais

No mais,

Você me pedia mais água

E eu a regava


Pedi um pouco de seu coração também

Você disse que esse já tinha dono

Corei.

Não pensei em outra solução


Roguei.

Reguei.

Chorei.

Deitei.

sábado, 9 de abril de 2011

Rumo às estrelas


Sorriso banguela, roupas esfarrapadas, barba branca, cheiro moribundo, e, é claro, sempre com uma garrafa da cachaça mais barata e letal que o dinheiro pode comprar.

Era só mais um dos que fazem parte do seleto grupo da chamada escória da sociedade. Andava pelas ruas, noite e dia, bebendo vorazmente o seu veneno, e, quando este acabava,  dava de ir de porta em porta pedir alguns trocados, e, naturalmente, em tais situações,  mentia descaradamente: ‘Ô, doutor’-  chamava a qualquer um de doutor, até mesmo o mais humilde operário- ‘ eu e meus cinco filhos não comemos nadinha há três dias, poderia, pelo amor do Senhor Jesus Cristo, me doar algum dinheirinho?’   
      
            Na maioria das vezes tudo o que conseguia era uma desculpa qualquer, como ‘Não tenho dinheiro hoje, volta outra hora’ e ‘Minha mãe não está, ela que tem o dinheiro..’, entre outras mentiras óbvias, já outras pessoas simplesmente fechavam a porta na cara dele, um modo bem mais honesto.
       
            Às vezes, só às vezes, de tanta insistência conseguia alguns trocados furados, e lá ia ao primeiro boteco que avistasse saciar a sua sede interminável.
       
             Apesar de tudo, não era louco, ‘Bêbado, sim, mas doido não, doutor!’, dizia indignado, tinha um imenso carisma e até bastante daquela sabedoria inestimável dos vadios.
       
              Conversava com qualquer um, seu jeito palhaço cativava muitos, parecia nunca se importar com sua situação.
       
               Quando alguém, motivado pela curiosidade mórbida, perguntava sobre seu passado, ele dava respostas desconexas e fantasiosas, ‘ Fui boxeador, derrubei muitos putos no ringue, fiquei bastante famoso, mas problemas físicos me afastaram disso..’, já outras vezes, ‘Era engenheiro, ganhava um bom ordenado, mas, sabe como é, cansei dessa vida, tediosa demais, larguei tudo e resolvi me tornar o sujeito galanteador que sou hoje’, vociferava com aquele sorriso sarcástico.
             
               Alguns poderiam classificar tais respostas como provas de insanidade, mas não eram, ele era um daqueles que não se atreviam a olhar para trás, sabia o perigo de certas memórias, sendo assim, quando perguntavam sobre sua origem, inventava uma boa história para satisfazer o ouvinte.
           
            Sempre que podia, tentava  “filar” cigarros de qualquer um que fosse, irritava os travestis com seus pedidos, ‘Dercy, que bela moça você é! Eu,como um cavalheiro, não posso deixar de observar que uma dama esbelta, como a senhorita, está cultivando esse horrível hábito de fumar. Façamos o seguinte: dê-me este maço de cigarros, vamos lá, meu corpo já está todo destruído, não irá fazer diferença a mim, dê-me, não seja arrisca, estou salvando sua vida...’

            Era o imperador de um mundo sujo e decadente, e nesse mundo, passado e futuro não existiam, só o agora, só o trago quente da bebida descendo pela garganta, os devaneios infinitos.

            Junto com as putas, drogados, marginais, dentre outros elementos, vivia um ciclo interminável e vicioso. Sua única poesia era a noite nas ruas, as luzes, tanto a das estrelas, como a dos postes, só existia isso, na vida endiabrada que levava.

            Largara sabe-se lá o que, rejeitará todas as convenções da sociedade para seguir um caminho autodestrutivo, trabalho, família, impostos, hipocrisia, medo, hipoteca, governo, casa, carro, viagem de verão, escola dos filhos, mandou tudo para o inferno. Seu único e último prazer, e amor, era caminhar sem direção em seu jardim do Éden, com sua poção de esquecimento na mão, rumo ao nada.  

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Homenagem Viking

Glória, Honra, Orgulho, Sabedoria e Força

um espírito livre e forte...
um guerreiro de valor inestimável...
uma mente pura e limpa...
são atributos dos imortais...
Dignos de se juntarem aos grandes reis
que reinam acima dos céus...

aqueles que possuem essas qualidades
tem uma morte digna,
mesmo que seja pelas mãos de um inimigo sem valor algum
aqueles que prezam por esses valores
tem um lugar guardado ao lado do trono de Odin
junto de todos nossos irmãos
que tiveram uma morte gloriosa em suas batalhas...

as portas de Valhalla estarão sempre abertas
para esses jovens guerreiros
de coração mais puro que o da maioria dos homens
que deram seu último passo em busca da imortalidade
e Glória eterna...

fica um adeus dos mortais para os irmãos:

Ana Carolina Pacheco da Silva
Bianca Rocha Tavares
Géssica Guedes Pereira
Karine Lorraine Chagas de Oliveira
Larissa dos Santos Atanázio
Laryssa Silva Martins
Luiza Paula da Silveira
Mariana Rocha de Sousa
Milena dos Santos Nascimento
Rafael Pereira da Silva
Samira Pires Ribeiro


e um "sejam bem vindos" do Grande Odin!!!

para os pequenos grandes imortais que agora
habitarão Valhalla e serão sempre lembrados pelos homens
terão seus nomes cantados e homenageados...


e para não exaltar meu sentimento de nojo de ter compartilhado esse mundo
com alguém assim...

meu sincero "sinto muito" a Wellingtom Menezes de Oliveira, mas, mortais sem honra, fracos,
sem orgulho e sem valor nenhum, NUNCA serão aceitos para ficarem do lado dos grandes reis nos salões de Valhalla.
Fracos assim têm sua carne e seu espírito ferido pelas armas dos grandes guerreiros por toda eternidade...


"Filhos de Odin lutam para morrer e viver denovo..."


Para Mais Ninguém

Deixe-me contar o que sinto,

Deixe-me sentir bem,

Deixe que eu não deixe de:


Deixe de amar-te,

Deixe de admirar-te,

Deixe de desejar-te,


Deixe-me deixar em ti:


o que não ser tocado

o que não pode ser visto

o que não pode ser medido

o que não pode sequer ter fim!



Pode ser duvidado,

Pode ser contestado,

Até mesmo desajustado.


Pode ser que apesar dos pesares...


Não há peso mais leve,

Do que o de amar você.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O grande sacrifício



            Chegara finalmente o momento esperado, a prometida, a nova salvadora daquele lugar iria sacrificar-se, oferecer sua vida a um bem maior.
            Prepara-se para isso por toda a sua existência, fazia parte de uma tradição macabra daquela vila, ela não era, nem deveria ser, a última a livrar aquele povo do mal absoluto, da terrível criatura que assolava  aquelas terras desde o início dos tempos.
            O dragão, o demônio de asas como chamavam alguns, poupava a vila mediante a um trato: de tempos em tempos, uma moça, escolhida quando criança pela própria besta, quando atingisse a idade, deveria oferecer sua vida de livre e espontânea vontade a ele.
            Um capricho digno de tal criatura vil, a donzela escolhida deveria  caminhar sem pestanejar a morte, não havia nenhum cavaleiro branco para salva-la desse destino, embora em tempos imemoráveis alguns tolos tivessem tentado inutilmente derrotar a criatura.
            O povo daquela vila já não mais resistia, fugir não era uma opção, haviam se acostumado com a idéia de oferecer numa bandeja de prata um dos seus ao demônio.
            Desde criança a escolhida era instruída sobre o seu destino, sobre como era heróico sacrificar-se para aquele povoado e de como seria lembrada após a morte, como uma mártir, uma santa, a glória de nunca ser esquecida por aquelas pessoas.
            Porém, desta vez, a donzela escolhida, no momento final já não tinha tantas certezas sobre seu suposto destino.
            Fora instruída para isto, sabia que tinha um dever moral para com os seus, no qual ela deveria caminhar sorrindo para o abismo. Todos contavam com ela, havia a certeza absoluta de seu sacrifício entre aquela gente, mesmo assim, no fundo, a garota não queria morrer por motivo algum.
            Quem pode explicar o que diferiu ela das outras escolhidas? Não há como dizer, cada pessoa é um universo diferente, e em seu universo a idéia de não viver mais não lhe agradava.
            Do que adiantaria a glória? Do que adiantaria ser canonizada como santa? Estaria morta sem nunca mais poder desfrutar dos prazeres da vida, condenada a escuridão sem fim.
            E, mesmo se consumasse o ato, anos mais tarde outra garota iria ser escolhida e consequentemente teria de oferecer-se a besta, não podia deixar continuar esse ciclo interminável de mortes de inocentes, decidira não seguir adiante.
            Egoísmo? Talvez, mas não quanto o povoado daquela vila, que impunha e encorajava que um dos seus fosse de encontro a criatura demoníaca. Oras, entre o egoísmo individual e o coletivo não existem diferenças, ainda é egoísmo de qualquer forma.
            Ao contar a sua decisão ao povoado a donzela surpreendeu-se, talvez por sua ingenuidade, a bajulação e a misericórdia de antes se transformaram numa agressividade sem limites, muitos dos que rezavam por seu nome agora o amaldiçoavam, certas pessoas ficaram tentadas a simplesmente  amarrá-la e a levarem ao demônio alado.
            Obrigá-la não daria certo, o dragão queria  a moça disposta a morrer, queria que a escolha fosse dela, não seria enganado, não era possível ir contra o seu capricho.
            O amor do povo era agora um ódio ardente, alguns suplicaram aos prantos para que a donzela os salvasse, não houve nenhum resultado, a decisão dela prevalecia acima de tudo.
            Desistiram de tentar convencê-la, a multidão exigia que ela fosse embora, caso o contrário eles próprios dariam um jeito de cessar com a vida da moça, sua condenação seria a expurgação completa, a solidão torturante de um mundo vasto e cheio de incertezas.
             Aceitou sair. Enquanto percorria os portões, pensava no que havia rejeitado, o egoísmo dos mártires, sua pessoa sendo lembrada com louvor e carinho por muitas gerações, uma grande tentação, e mesmo assim só um capricho, como o do dragão maldito.
            Longe do lugar onde nasceu, viu aos céus grandes asas vermelhas, que tampavam o sol, indo em direção a vila, resolveu não mais olhar para trás, o caminho a sua frente era desértico, não sabia o que iria fazer, talvez não sobrevivesse muito, mas não havia rancor em seu coração, tinha feito a sua escolha apesar de tudo, as vezes esse é o maior sacrifício que se pode cometer.
   

Velho Viking





O espírito de um imortal em um corpo ja cansado,
que não consegue carregar seu próprio peso
a única coisa que carrega, são cicatrizes
de batalhas travadas ao longo de sua vida.

O velho toma a frente do campo de batalha
se apoiando em seu simples cajado de madeira
carregando sua melhor amiga, sua velha espada
agora quase tão pesada quanto seu corpo.

Seus ferozes inimigos rugem à sua frente
o nobre velho estremece, por causa da idade
não por medo, jamais por medo, ele ama a batalha
assim como seus irmãos, todos armados ao seu lado.

O velho solta seu cajado no chão coberto de neve
empunha sua velha espada com ambas as mãos
com uma força sobrenatural a levanta pro alto
e grita em honra de seus irmãos que habitam Valhalla.

Seu coração pulsa como os de um predador
sua mente anseia por um inimigo forte o suficiente
para fazer valer a pena o cansaço de todas as batalhas
sua alma está pronta para se juntar aos grandes deuses.

O próprio Odin toca em seu coração
seu grito de batalha aquece o espírito de seus aliados
e faz seus inimigos sentirem um frio por dentro da carne
mais congelante do que o aço das espadas no inverno...

Ele avança junto de todos seus irmãos
conhece cada passo do campo de batalha
como um velho lobo conhece uma floresta escura
seus inimigos não têm pra onde correr... tarde demais.

A espada do velho viking dança em perfeita sintonia
corta o aço como se fosse carne
corta a carne como se fosse a alma
e toma do sangue dos inimigos como se tivesse sede.

A presa foi facilmente eliminada
o velho mestre lamenta por não econtrar um grande inimigo
mas os próprios deuses reconhecem, não há mortal grande assim
o coração do velho descança, vai parando lentamente...

Todos seus irmãos fazem honras em seu nome
o velho cai no campo de batalha com nenhum ferimento sequer
o grande Odin e seu filho Thor vieram pessoalmente
levar tão grande guerreiro pra frente dos exércitos de Asgard.

Covardia

Rio de Janeiro - RJ
07/04/2011

Um deturpado adentra uma escola pública e covardemente atira contra crianças entre 10 e 14 anos.

11 mortos.
13 feridos.

Wellington Menezes do Oliveira, o covarde atirador, se suicidou.

Eis um exemplo de uma vida indigna e uma morte sem honra.



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Apenas por um instante


Por um instante
mesmo que curto demais...

enche o peito de ar
um pouco de orgulho de feitos nada grandiosos
mas orgulho de ter feito algo.

Por um instante um momento só seu
se sente útil e é bem reconhecido
por ter feito tão pouco...

Por um instante seu espírito é alimentado
de tudo aquilo que fazia falta...


Por um instante, se sente vivo denovo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Don Mclean - Babylon





By the waters
The waters
Of Babylon.
We lay down and wept
And wept
For thee Zion.
We remember
Thee remember
Thee remember
Thee Zion

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Promoção

Depois de tanto trabalho e dedicação aliados a uma disciplina impecável em seus estudos, Carlos se deu conta que tudo o que fez nos últimos anos haveria de valer a pena. Este pensamento tomava conta de si por completo ele havia recebido um convite da diretoria da empresa em que trabalhava para tornar-se um sócio.

Carlos sempre foi um homem que demonstrava muita obstinação, desde que começou a trabalhar o pensamento de chegar ao topo o possuía. Entrou para a empresa como entregador, neste período já cursava a faculdade de Economia, passou por tempos difíceis, antes de entrar para a Universidade era garçom, trabalhava a noite inteira e estudava ao dia. Como ele dizia “isso é tudo o que eu quero para a minha vida” e, como se seu pensamento se profetizasse decorridos sete anos de empresa, tornar-se-ia um sócio.

Após sair do trabalho foi para a casa. Carlos morava em um apartamento a cinco quadras do trabalho, apesar da proximidade ele sempre ia para o trabalho em seu carro. Como a data merecia comemoração passou por uma loja de bebidas e comprou um espumante de alta qualidade para celebrar (nesta altura, já tinha um bom salário que o garantia certos caprichos). Quando chegou a sua casa deu-se conta que teria de comemorar sozinho.

Com o passar do tempo o trabalho foi exigindo cara vez mais dele e de seu tempo, não fazia mais amizades como antigamente e cada vez mais se distanciava das antigas, além do mais, sua família residia em outra cidade e estado, estado que o deixava cada vez mais sozinho.

Ao abrir sua bebida pensou sobre os seus últimos anos e de como seus valores foram distorcidos até que não pudesse distinguir quem realmente era e o que realmente importava para sua vida. Pensou no momento em que havia perdido de si mesmo, mas já não lembrava quando isso acontecera. As escolhas que acontecem em vida passam por ‘ameaças externas’ que passam a cada vez mais a agir sobre os pensamentos, em decorrência, as ações são tomadas por dúvidas, até que se chega á um ponto que não se dá mais conta sobre os seus pensamentos, eles já são donos de si. Carlos deu-se conta do que estava a passar, corou. Neste momento pensou em que talvez pudesse ter se encontrado novamente.

Foi para o quarto. Seu quarto refletia sua vida, tudo em seu devido lugar e disposto como deveria ser. Abriu sua gaveta e pegou um antigo álbum de família. Nessa altura o álbum de fotografias encontrava-se empoeirado na sua ultima gaveta de seu armário, neste momento notou que tudo o que estava priorizando já não parecia valer tanto e que o que estava a colocar nos cantos era o que realmente valia algo.

Viu uma foto em que estava com toda a sua família, estava ali com seis anos de idade e com nenhuma malicia no olhar, tratava-se de uma foto típica de família em que todos se juntavam após o almoço de domingo e batiam a foto aparentando a maior felicidade do mundo. Lembrou se do tempo em que o que realmente importava era o simples fato de estar ao lado das pessoas que ele gostava e, não esta realidade mórbida que o perscrutava em que a valorização pessoal era o ‘magnum opus’ da sociedade.

Era de costume protocolar todas as suas atitudes e tratar para que a sua imagem fosse boa para os outros, independente de sua essência, essência esta, que já estava perdida há tempos, essência que já não mais existia. Resolveu que o cargo que tanto o procurava já não valia tanto para ele, comprou uma passagem e resolveu visitar seus velhos amigos e sua família.